Blog

Os círios na tradição portuguesaCostume antiquíssimo, que também tinha lugar durante o mês de Agosto e que quase desapareceu, em grande medida em consequência de fanatismos políticos que tiveram o seu tempo, consistia na organização dos círios à Senhora do Cabo que se encontra num templo situado no Cabo Espichel, à Senhora da Nazaré e à Senhora da Atalaia, sempre muito concorridos de gente, nomeadamente das localidades ao redor de Lisboa.O círio à Senhora do Cabo, que se realizava desde 1430, era organizado por uma confraria que chegou a reunir trinta paróquias, incumbindo a cada uma delas organizar anualmente o respectivo círio.No ano passado, coube tal incumbência à paróquia de Rio de Mouro que a realizou após cinquenta anos em relação à última que levou a efeito em virtude do círio não ter sido organizado nos anos que se seguiram ao 25 de Abril de 1974.Aliás, devido ao clima anti-religioso vivido durante a vigência da Primeira República, que levou inclusive a uma tentativa de destruição verificada na igreja de Carnaxide, onde a imagem se guardava, também este círio não se realizou desde 1911 até 1926, ano em que foi instaurada a ditadura militar.Levando consigo a imagem da Senhora do cabo e o respectivo pendão, o povo de Lisboa e de numerosas paróquias dos actuais concelhos de Oeiras, Sintra, Amadora, Cascais e Loures, lá ia em cortejo processional de barco, atravessando o rio Tejo até à outra banda.Desembarcavam em Porto Brandão e de lá seguiam até ao santuário do Cabo Espichel onde se lhes ajuntava muita gente da margem sul.A tradição dos círiosA tradição dos círios começou, aparentemente, entre nós como simples peregrinações organizadas por grupos de romeiros que de uma determinada localidade se deslocavam a um santuário, transportando consigo um círio que depunham no altar do santo da sua devoção.Um costume, aliás, que se origina dos cultos praticados às divindades locais durante a era pré-cristã e que, certamente, se encontra na génese das actuais romarias e festas que o nosso povo realiza aos santos padroeiros das suas localidades e ainda àqueles que habitam em pequenas ermidas, às quais o povo sempre acorre em alegre peregrinação.É ainda relativo a tais tradições que se conserva o hábito de acender velas nos altares dos santos, embora as mesmas sejam em geral apenas acesas no local ou durante as cerimónias religiosas, costume este que também se encontra ameaçado como as novas técnicas de “velas electrónicas“, cada vez mais empregue nos templos.<img id="dp0kho2kqelwqa30d1" src="https://cdn.durable.co/blocks/36aRkfs2KNGm0ErodZPo8HPvWLO7jPk9jGTmMbPu3fstyDVQDsfiO5E6FKREZX81.jpg" alt="" title="" class="object-cover bg-gray-100 rounded-lg md:rounded-xl lg:rounded-2xl" style="aspect-ratio: 16/9; object-position: center center;" data-corners="default" data-aspect="16:9" data-caption="" data-positionx="undefined" data-positiony="undefined" data-fullwidth="false" data-mce-src="https://cdn.durable.co/blocks/36aRkfs2KNGm0ErodZPo8HPvWLO7jPk9jGTmMbPu3fstyDVQDsfiO5E6FKREZX81.jpg" data-mce-style="aspect-ratio: 16/9; object-position: center center;">Origem das velas ou círios É aos etruscos, geralmente, atribuída a invenção das velas ou círios, devendo-se tal facto estar associado aos seus cultos funerários e outros rituais religiosos que marcaram a sua civilização.Também na Roma antiga eram muito utilizados em cerimónias pagãs. Os gregos usavam para o efeito pequenas candeias de azeite, costume aliás ainda praticado entre nós.Contudo, os círios já eram conhecidos desde os povos da antiguidade. Estes utilizavam, para o efeito, tochas formadas por paus de madeira resinosa para se alumiarem e prestarem os seus cultos.A designação de círios para identificar as romarias que se realizavam à Senhora da Nazaré, à Senhora da Atalaia e à Senhora do Cabo Espichel apenas se justifica por transportarem consigo o respectivo círio que, tal como os povos da antiguidade, iam depositar aos pés da santa como sinal de devoção.Os círios constituem uma das tradições que melhor caracterizam a identidade religiosa e cultural do povo português, razão pela qual se deveria desenvolver um esforço com vista à recuperação da sua grandeza de outros tempos.Carlos Gomes, Jornalista, Licenciado em História<figure id="figure-g5uadfo0lnlwqai76e" class=""><img id="g5uadfo0lnlwqai76e" src="https://cdn.durable.co/blocks/36rOjyBFnc3YfdEZJaDiYFKw8kAPzzDafrdIoHhG3xWABxWlOnvJjl61NsKxfdtY.jpg" alt="" title="" class="object-cover bg-gray-100 rounded-lg md:rounded-xl lg:rounded-2xl" style="aspect-ratio: 1/1; object-position: 50% 75%;" data-corners="medium" data-aspect="1:1" data-caption="Peregrinação do Círio de Oeiras à Senhora da Atalaia 2024" data-positionx="50%" data-positiony="75%" data-fullwidth="false" data-mce-src="https://cdn.durable.co/blocks/36rOjyBFnc3YfdEZJaDiYFKw8kAPzzDafrdIoHhG3xWABxWlOnvJjl61NsKxfdtY.jpg" data-mce-style="aspect-ratio: 1/1; object-position: 50% 75%;"><figcaption class="body-normal text-gray-500 mt-2">Peregrinação do Círio de Oeiras à Senhora da Atalaia 2024</figcaption></figure>Recriação da Peregrinação do Círio de Oeiras à Senhora da Atalaia no Montijo 2022 - ver vídeo<figure id="figure-woan1j16olwqa7w1j" class=""><iframe id="woan1j16olwqa7w1j" src="https://www.youtube.com/embed/TNFXHz2tciQ" class="w-full bg-gray-100 rounded-lg md:rounded-xl lg:rounded-2xl" style="aspect-ratio: 16/9;" allowfullscreen="" data-url="https://www.youtube.com/watch?v=TNFXHz2tciQ" data-corners="default" data-fullwidth="false" data-mce-src="https://www.youtube.com/embed/TNFXHz2tciQ" data-mce-style="aspect-ratio: 16/9;"></iframe></figure>Fonte: O<a data-mce-href="https://www.calendarios.info/os-cirios-na-tradicao-portuguesa/#gsc.tab=0" href="https://www.calendarios.info/os-cirios-na-tradicao-portuguesa/#gsc.tab=0" title="Os círios na tradição portuguesa">s círios na tradição portuguesa - Calendarios.Info</a>

Os círios na tradição portuguesa

Os banhos de rio eram uma prática comum em Lisboa durante o século XIX, e as barcas de banhos no Tejo desempenharam um papel crucial nessa atividade tão apreciada pelos lisboetas da época.As barcas de banhos eram embarcações especialmente designadas para proporcionar aos banhistas acesso seguro e conveniente às águas do rio Tejo. Eram espaços flutuantes onde as pessoas podiam desfrutar de momentos de lazer e refrescantes mergulhos em pleno coração da cidade.<h3>A Origem das Barcas de Banhos no Tejo</h3>A história das barcas de banhos no Tejo remonta ao início do século XIX, quando a prática de banhos fluviais se tornou popular entre a população de Lisboa. Inicialmente, as barcas eram simples e rudimentares, mas ao longo do tempo foram sendo aprimoradas e transformadas em verdadeiros centros de entretenimento aquático.<figure id="figure-oec7nht7v8ltpz5eiy"><img id="oec7nht7v8ltpz5eiy" src="https://cdn.durable.co/blocks/21ptXKn24mxG6cXGc1wHznUhozceoTt4n4MILEL8xksXTToaP8sSzsYSI2thW2XX.jpg" alt="barcas banhos tejo" class="object-cover bg-gray-100 rounded-lg md:rounded-xl lg:rounded-2xl" style="aspect-ratio: 16/9; object-position: center center;" data-corners="default" data-aspect="16:9" data-caption="" data-positionx="null" data-positiony="null" data-fullwidth="false" data-mce-src="https://cdn.durable.co/blocks/21ptXKn24mxG6cXGc1wHznUhozceoTt4n4MILEL8xksXTToaP8sSzsYSI2thW2XX.jpg" data-mce-style="aspect-ratio: 16/9; object-position: center center;"></figure>Num registo de 1870, por T. W. Langton é possível ver uma dessas barcas frente ao Terreiro do Paço. Igualmente junto ao Cais das Colunas e no Cais do Sodré, concentravam-se os estabelecimentos de exploração destas Barcas de Banho com funcionários, barqueiros, figuras que também elas se tornaram típicas de Lisboa, que animavam a vida ribeirinha com os seus pregões:"Quem quer tomar banho?&nbsp;Quem se quer refrescar?&nbsp;Quem vai à Barca?"Em 1865 os preços dos bilhetes dos banhos custavam:Primeiro banho de proa, $120 réis; Banho de proa, $100; Banho de chuva, $160; Banho reservado, $200; Banho grande, $120; Banho de ré, $080; Banho geral, $060. &nbsp; &nbsp;<h3>Os Banhos Fluviais dos Lisboetas</h3>Os banhos fluviais eram uma atividade socialmente inclusiva, reunindo pessoas de diferentes classes sociais em torno do prazer de se refrescar nas águas do Tejo. As barcas de banhos tornaram-se locais de encontro e convívio, onde se partilhavam momentos de descontração e diversão.Além dos banhos em si, as barcas ofereciam também outras atividades recreativas, como jogos aquáticos, aulas de natação e até mesmo espetáculos de música e teatro realizados a bordo.<h3>A Evolução das Barcas de Banhos</h3>Com o passar dos anos, as barcas de banhos no Tejo foram sofrendo transformações para se adaptarem às exigências e preferências da época. Novos equipamentos de segurança foram introduzidos, assim como melhorias no conforto e na estrutura das embarcações.<figure id="figure-fc4oq5b6hvltpz5irb"><img id="fc4oq5b6hvltpz5irb" src="https://cdn.durable.co/blocks/8bbpCrW7xJpaICCXlUyJS7LGGxDdbzazj0OJn7jrCryBKPCinhXOaipqm6U1P3C8.jpg" alt="barcas tejo século XIX" class="object-cover bg-gray-100 rounded-lg md:rounded-xl lg:rounded-2xl" style="aspect-ratio: 16/9; object-position: center center;" data-corners="default" data-aspect="16:9" data-caption="" data-positionx="null" data-positiony="null" data-fullwidth="false" data-mce-src="https://cdn.durable.co/blocks/8bbpCrW7xJpaICCXlUyJS7LGGxDdbzazj0OJn7jrCryBKPCinhXOaipqm6U1P3C8.jpg" data-mce-style="aspect-ratio: 16/9; object-position: center center;"></figure><h3>O Declínio da Tradição</h3>No final do século XIX, com o surgimento de novas opções de lazer e entretenimento na cidade, a popularidade dos banhos fluviais e das barcas de banhos no Tejo começou a declinar. Gradualmente, as embarcações foram perdendo o seu lugar de destaque no rio, cedendo espaço a outras formas de diversão.Apesar do seu declínio, as barcas de banhos no Tejo deixaram um legado importante na história de Lisboa, lembrando-nos de uma época em que as águas do rio eram um lugar de encontro e celebração para os lisboetas.<a title="Barcas de Banho" href="https://historiaschistoria.blogspot.com/2023/06/as-barcas-de-banhos-do-tejo.html" target="_blank" rel="noopener" data-mce-href="https://historiaschistoria.blogspot.com/2023/06/as-barcas-de-banhos-do-tejo.html">https://historiaschistoria.blogspot.com/2023/06/as-barcas-de-banhos-do-tejo.html</a><a title="Barcas de Banho" href="https://www.facebook.com/camaradelisboa/posts/j%C3%A1-ouviu-falar-de-barcas-de-banhos-no-tejo-ou-alguma-vez-imaginou-como-eram-os-b/931111320242152/?locale=pt_PT" target="_blank" rel="noopener" data-mce-href="https://www.facebook.com/camaradelisboa/posts/j%C3%A1-ouviu-falar-de-barcas-de-banhos-no-tejo-ou-alguma-vez-imaginou-como-eram-os-b/931111320242152/?locale=pt_PT">https://www.facebook.com/camaradelisboa/posts/j%C3%A1-ouviu-falar-de-barcas-de-banhos-no-tejo-ou-alguma-vez-imaginou-como-eram-os-b/931111320242152/?locale=pt_PT</a><a title="Barcas de Banho" href="https://paixaoporlisboa.blogs.sapo.pt/as-barcas-de-banhos-108747" target="_blank" rel="noopener" data-mce-href="https://paixaoporlisboa.blogs.sapo.pt/as-barcas-de-banhos-108747">https://paixaoporlisboa.blogs.sapo.pt/as-barcas-de-banhos-108747</a>

Blog

Os círios na tradição portuguesa

Explorando a História das Barcas de Banhos no Tejo: Uma V...